domingo, 20 de janeiro de 2008

Riachos Choram

Perdão.
Eu não sei chorar.
Se o mundo, prestes a acabar em fogo,
Dependesse de uma só lágrima para se safar...
No outro dia tudo seria cinzas.

Dentro de mim, porém, ondas de um mar revolto arrebentam a todo instante.
Este faz dos meus atos, violentos, maremotos...
Das minhas palavras, devastadoras, enchentes...
Dos meus pensamentos, inacabáveis, tormentas...

Mas homens com mares por dentro sonham incontrolavelmente.
E, se ao menos o meu se realizasse,
Não duvidariam do dilúvio.
No fim de Tudo restaria a Terra.
Fértil, à espera de homens vindos da Lua,
Mas que, desta vez, tivessem por dentro riachos.



*Como o prometido, o último poema da temporada. Esse que foi o primeiro, quando eu tinha 17 anos. Feito para o concurso literário "Palavra Vida", do Isba, colégio em que estudei três anos e onde aprendi muito. Criei-me com os outros, descobri coisas, cresci. Foram bons tempos.

4 comentários:

  1. Valeu Álvaro. Gostei do teu comentário sobre o vídeo. A gente tá sempre buscando mesmo, experimentando. Às vezes o resultado sai legal, outras vezes não. Grande abraço.

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  2. poema lindo!
    lindo.
    daqueles que dá vontade de ter escrito.

    Parabéns, babe!!!


    ps: Amanhã tem Falópio, apareça!

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  3. eu tava lendo e reconhecendo..
    lembro como hoje, da gente descendo a ladeira da casa de beca com voce segurando e procurando o poema no livro para me mostrar
    =))
    saudade da imagem, do tempo, do alvrinho dele, e mais ainda do de agora.

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  4. Pela maturidade dos versos, eu nem diria que você o escreveu nesta época...
    Ah, Alvinho! O que é seu está - muitíssimo - guardado, pra acontecer na hora certa. Eu tenho certeza disto!

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