quarta-feira, 22 de abril de 2009

tin soldiers



o soldado amarelo e desengonçado
camuflado de cima a baixo
numa farda clara
gasta gasta gasta

(quantas mais guerras
serão necessárias
pra ela ficar branca?)

o soldado criança
de olhar curioso e cansado
que eu quase não pude notar
(eles passam tão rápido...
cometas anônimos teleguiados)

o soldado que eu vi
nunca será
mecânico astronauta ou artista
(não que lhe faltasse vontade
ele morreu na pista de decolagem)

(quantos outros ainda nascerão
até que sua farda
num último clarão
fique branca e suma
para sempre?)

mais um pequeno soldado
acaba de sair do ventre



* modificado dia 19/09/2011. Parênteses postos da segunda e na penúltima estrofes. Na terceira e na quarta, eles vão até o último versos, quando eram apenas nos penúltimos.

5 comentários:

  1. lindíssimo!

    Pora.. gostei mesmo.. aí velho, você quando para pra escrever muito, escreve melhor ainda. Diante desse e do palhaço, assumo que prefiro seus escritos mais longos. :)

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  2. muito bom brother! legal mesmo.
    enquanto comento aqui outro soldado acabou de sair do ventre...ops...mais um...e outro...
    Por algum motivo, talvez pelo título em inglês e essa imagem de soldados americanos que sempre vejo nas notícias....me fez lembrar dos Estados Unidos e de como aqueles mexicanos , americanos e etc...ou melhor california em geral deve esta comentando sobre a tal da gripe suína....rsrsrsrsrs
    tem coisa lá no blog, dps me fala oq achou.
    abraços brother !

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  3. saem do ventre
    mas já saem clonados
    soldados.

    bravo álvaro!

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  4. Refazendo contato,rs.

    Tá vendo? O soldado é humano.
    Agora imagine se ele tem consigo uma alma de artista,e não conseguiram roubar.
    Eu o vejo levando essa alma pelos campos... Coitado. De olhos abertos eu o vejo andar atônito, com a alma e as armas, como se estivesse aqui... bem a minha frente.

    Beijo, até!

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